domingo, 10 de janeiro de 2010

SAAB Cars (1949-2009 ?)






São 60 anos que separam o melhor e o pior momento da história da SAAB.
Após o final da 2ª guerra mundial e depois de o construtor sueco se dedicar quase exclusivamente ao fabrico de aviões de combate, chegou o momento de repensar o que fazer no pós guerra.
À semelhança de outras marcas que viveram o mesmo período com a necessidade de alimentar a máquina bélica que contrariava as loucuras nazis, atingiu-se, a partir de 1946, o momento ideal para explorar todo o potencial das inovações tecnológicas conseguidas nesta fase.
É neste contexto criativo que chegamos a 1949 e ao 1º automóvel SAAB da história. O modelo 92.
Este é hoje a génese de uma história incontornável. Um canto do cisne no design automóvel que marcou as linhas SAAB por 50 anos e que ajudou a colocar o design escandinavo num pedestal bem alto.
Com um visual pensado para responder às necessidades aerodinâmicas, que só a industria aeronáutica conhecia e precisava até então, a marca evolui de 92, para 99 e de 99 para 900, conseguindo guardar um exército de fãs que não abdicaram das linhas SAAB nem de inserir a chave numa ignição que insistia em estar na consola central.
Um género de fetíche louvável e que caracterizou em muito uma personalidade vincada e muito apetecível.
Os anos passaram e a globalização ditou que um pequeno construtor no topo da Europa não se conseguiria manter vivo sem a ajuda de um grande grupo. É neste contexto que a GM invade o pequeno sueco irrequieto e, apesar de não querer, retira-lhe os genes que faziam da SAAB um caso único no panorama automóvel mundial.
Mal ou bem, na ânsia de lhe garantir um futuro com plataformas partilhadas com outros modelos, o gigante americano esqueceu-se que ser sueco, não é ser americano. Que a marca deveria ser abraçada com novos modelos e não com pequenos restylings. Que qualidade é um pormenor que perdurava nas máquinas que saiam de Trollhattan antes do Tio Sam chegar.
Muitas mais serão as razões para 60 anos depois termos aqui provavelmente a crónica de uma morte anunciada.
Resta-nos juntarmo-nos aos fãs americanos que se instalaram na sede da GM em Detroit e gritar.


Sem comentários: